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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Milagre do Se...


O milagre do se....
E se num dia, numa bela manhã de quinta feira, não tão ensolarada, mas com um clima agradável, um anjo, ou coisa parecida, aparecer para você e te oferecer a oportunidade de começar uma nova vida, um renascimento, que zeraria tudo e a todos que fizeram parte de sua vida até agora nesse dia, inclusive os seus erros?
Bem eis aí uma oferta tentadora, não concorda? Ter de volta a juventude e a oportunidade de ser diferente do que se é agora. Não que seja tarde para mudar ainda nesta vida, mas a chance de fazer novas escolhas que não ocasionariam em nossas atuais lembranças e decepções.
Claro que de certo erraríamos novamente, mas teríamos novas opções que antes abrimos mão. Ou será que faríamos tudo da mesma forma?
Será? Aí passa pelas nossas cabeças aquela velha frase: “Se eu pudesse viver a minha vida novamente.”
Cometeria menos erros? Aproveitaria mais as oportunidades? Seria o oposto do que sou agora? Ousaria mais?
Talvez! Na verdade se tivéssemos as recordações da outra vida em que éramos felizes ou infelizes, seria querer demais, não é?
Ser o que não somos hoje, não uma escolha definitiva. Podemos ser o que quisermos, isso só depende do que escolhemos ou não para a nossa vida.
Não precisamos de outra vida para nos realizar, erros sempre existirão, pessoas que nos marcam também, afetos e desafetos, desafios, vitórias e derrotas, isso vem embutido no pacote.
Sempre há tempo de recomeçar e corrigir nossos erros nessa vida mesmo, basta querermos e nos esforçar para seguir nossos sonhos e ideais.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ousar é ser Feliz!


Ousar é ser Feliz!
Um dia me dei conta que a vida é uma caixa de surpresas. A cada minuto nos mostra que foge de nossas mãos, que mesmo quando planejamos seguir um roteiro, percebemos que não nos cabe uma escolha definitiva, afinal o que nos espera ali, mais a frente?
Criamos expectativas a longo prazo da tão sonhada felicidade, ansiamos por realizar nossos sonhos e deixamos de viver o momento,e quando abrimos os olhos, fica então aquela sensação estranha, de que agora estamos velhos, a vida passou e não se viveu.
Ah! É frustrante, pensar que quando se é novo temos todas as oportunidades, mas talvez não a ousadia necessária para arriscar a ser feliz.
Assumir as conseqüências de nossas escolhas, muitas vezes é difícil, acomodar-se com uma vidinha mais ou menos, é mais fácil, afinal de contas, quem é 100% feliz hoje em dia?
Será que hoje somos capazes de assumir que a felicidade está em nos entregarmos de corpo e alma aos nossos sonhos, sem pensarmos se é condenável ou não, se os outros vão nos ridicularizar, estaríamos dispostos a isso agora?
Ainda dá tempo! Enquanto estivermos vivos, saudáveis, hoje ainda pode ser o dia que marcará as nossas vidas!
Façamos o que for necessário, para quando não pudermos mais, olharmos para trás e termos a certeza que vivemos uma vida que valeu a pena, que vencemos os desafios, nos realizamos e que podemos partir com a sensação de plenitude!
Carpe Diem!!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Celebremos, pois a vida é uma só!


Dia 01 de dezembro, um dia comum para muitas pessoas, não é feriado, nem dia santo, dia mundial de luta contra a AIDS, é um fato importante a se considerar, para mim que vos escrevo meu aniversário!
Engraçado que todos nós temos um dia especial em que celebramos mais um dia de vida. Especial muitas vezes só para nós mesmos, então reunimos amigos e familiares e comemoramos... Mas o que de fato comemoramos? Há quem diga que na escala do tempo, estamos morrendo à medida que passam os anos. Outros que nem se deveria comemorar, afinal pra que expor a sua idade, e se colocar em cheque para perguntas inconvenientes e comparações infelizes, do tipo: “- Nossa, na sua idade eu já estava com família formada, vida independente...” etc e tal, enfim olhando por esse lado, realmente não dá vontade de comemorar nada (risos).
Mas ontem, quando completei 27 anos, me senti meio realizada. Sim, meio, porque se me sentisse totalmente, poderia encerrar minha vida no momento em que abri os olhos. A cada novo dia, tenho um novo sonho, uma percepção diferente do que me cerca. É isso que me faz querer celebrar a minha vida, que tenho certeza que DEUS não me concedeu em vão.
Então nesse dia, celebro a minha saúde, o meu trabalho, a minha família, meus amigos, minhas vitórias pessoais, e até minhas derrotas, pois essas me proporcionaram sabedoria e força pra enfrentar novos desafios e aprendizado pra encarar o que vem pela frente.
Agradeço aos meus leitores amigos, por dividirem comigo suas opiniões, e percepções a cerca do que vivemos a cada dia! Obrigada a todos, por serem parte da minha história pessoal!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Que Você Quer Ser?




- Então, o que você vai ser quando crescer?
- Médico? Hum, talvez engenheiro, quem sabe?
Desde muito cedo, somos apresentados a essa pergunta, que na hora em que é feita, nem se pensa muito, e de pronto respondemos a primeira coisa que nos vem em mente.
Mas com o passar do tempo, ela começa ter um novo significado. E ganhar espaço dentro de nós.
Fazer a escolha de uma profissão que por certo, nos acompanhara ao longo dos anos nem sempre é uma tarefa fácil. Digo por experiência própria! Escolher não é tão simples quanto parece.
Muitas pessoas se frustram por serem obrigadas a exercer uma profissão imposta. Seja por uma escolha que satisfaça a terceiros, ou mesmo por necessidade.
Enquanto estudante pude deparar-me com situações de escolhas profissionais, que com certeza, no futuro darão margens a perguntas do tipo: “- Será isso mesmo que eu queria pra mim?”.
Isso realmente é preocupante! Os jovens de hoje não escolhem profissões por afinidades, ou simplesmente vocação. A grande maioria é levada por motivos banais, ou mesmo por ser mais fácil de entrar numa universidade, menos concorrência.
Daí pode se imaginar o profissional que chegará ao mercado. Fazer simplesmente para se ter um diploma.
Também deve-se considerar os que não têm acesso ao nível superior. Muitos não têm como escolher.
São obrigados a trabalharem no que tiver vaga no mercado, para sobreviverem nesse nosso mundo conturbado.
Digamos que escolher não seja privilégio de muitos.
Quando pensamos sobre o que ser, numa sociedade em que existem inúmeros fatores de exclusão, não basta apenas seguir um sonho, infelizmente.
Muitas pessoas se tornam profissionais idealizados, mas não conseguem ser absorvidos pelo mercado na área de atuação em que se especializam, e são obrigados a exercerem funções muitas vezes, que não tem nada a ver com o que se empenharam em aprender.
É isso que devemos nos preocupar. As escolhas que devem ser feitas, as oportunidades que irão se abrir, os sonhos a se realizarem, a vocação a ser seguida ou não, determinarão o nosso sucesso ou frustração de uma vida inteira.
E então, já sabe o que você vai ser?

domingo, 30 de outubro de 2011

O despertar de um amor





O Despertar de um amor

Fechei os olhos por um longo tempo
Parei de ouvir os meus desejos
Distanciei dos meus sonhos
Guardei pra mim as minhas decepções

Criei um mundo perfeito
Onde não existo
Não sei mais quem sou
Mas sei o que mais não quero ser
Não quero ser refém do amor
Não de um amor que aprisiona
Não de um amor em si mesmo

Quero sentir a liberdade de poder voltar
Quero abrir os olhos
Ouvir o meu coração
Sentir a vida de uma forma única
Dividir os meus sonhos, e somar as recompensas
Cultivar a esperança, e crer que o amor liberta
Aprender a ser paciente, a dizer não
Mesmo quando em meu íntimo, sinta a dor de dizê-lo
Quero estar pronta pra amar você
Guardando o que há de melhor em mim
Na espera de merecer, o amor que me dedicas

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Diferente sim! E daí?



Quantas vezes assumimos uma postura crítica com o que não está de acordo com os nossos conceitos? Ao olharmos o outro, quase que involuntáriamente, somos pré-conceituosos, mesmo não admitindo isso.
Não enxergamos além da aparência, não sabemos conhecer o diferente. Taí uma palavra que muitas vezes nos assusta, e por que? Talvez pelo fato de que fugir a um padrão pré- estabelecido nos mostre que estivemos errado esse tempo todo.
Num mundo diversificado como o qual vivemos, precisamos entender o diferente como escolhas pessoais de cada indivíduo. Mesmo que fuja a padrões ditados por uma moda ultrapassada e arraigada de exclusões.
As vezes, é necessário parar e refletir sobre nossa postura, nossos príncípios. A exclusão social, é um problema generalizado nos dias atuais. Uma das armas usada nesse processo de exclusão, é a violência, a agressão, seja física ou verbal. Uma não diminui o impacto da outra.
Tem se tornado cada vez mais comum notícias de violência de caráter homofóbico, racial, sexista, e as vezes pelo simples fato de se discordar de uma opinião do outro, se mata.
Até quando, vamos mascarar em nossa sociedade, esse preconceito velado?
Qual será o futuro que estamos resguardando para a próxima geração? Uma sociedade que cutua padrões estéticos, que não aceita a diversidade sexual, que não respeita sequer um mendigo, por ele estar numa condição de dificuldades.
A pior miséria do homem, é a da alma, pensem nisso, e lutemos para mudar essa doença social chamada exclusão.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Por Detrás Daquela Porta


Era uma vez uma porta.
Ninguém sabia o que se ocultava por detrás dela.
Muitas pessoas passavam e comentavam: " O que será que tem lá dentro?".
Mas nunca ninguém teve a iniciativa de se aventurar a abri-la.
Uns pensavam que ali escondia-se um tesouro.
Outros algo que devia permanecer ali, escondido, por se tratar de algo ruim.
Um dia um menino, muito curioso, e corajoso, resolveu que abriria a porta.
Então quando estava prestes, a saber, o que ali se ocultava, um senhor segurou sua mão, impedindo que girasse a maçaneta.
O menino muito contrariado olhou para ele com uma expressão de reprovação: "- Porque o senhor fez isso?"- disse o garoto.
E com um sorriso nos lábios e um olhar terno, o senhor respondeu: "- Você está pronto para o que te espera além dessa porta meu jovem?".
A expressão do garoto se fechou numa imagem de dúvida.
Encarando-o , e sem hesitar, disse: “ Não tenho medo do que não conheço, tenho medo de viver na dúvida de não conhecer! “
Sem pestanejar, o senhor largou a mão do menino, que imediatamente abriu a porta.
Sem palavras, e perplexo, o garoto passou por ela.
No mesmo instante, o senhor horrorizado, saiu o mais depressa possível, para o mais longe possível, daquele local.
Mas afinal o que viu o garoto e o velho?
O garoto viu novas perspectivas, viu um futuro repleto de oportunidades, viu a imagem de um homem bem sucedido, porque ele entendeu que a vida é feita de vários caminhos, cabe a nós escolhermos um deles, e seguir superando adversidades, aprendeu a abrir portas.
O senhor, viu a sua imagem num pequeno retrato estampando uma lápide e pessoas a sua volta chorando, viu as várias vezes que não aproveitou oportunidades que surgiram em seus caminhos, viu o homem solitário e infeliz que agora era um velho, e o pesar do tempo sobre si, entendeu que restara a ele a morte física, porque até o presente momento, estava morto em vida.
É preciso saber aproveitar a vida de uma forma sábia. Não devemos ser acorrentados a nossos medos, nem nos entregarmos ao derrotismo que uma longa batalha nos trás. É necessário que reacendemos o menino que há dentro de nós, e ousamos abrir portas. Portas são feitas para serem abertas e não fechadas. Atrás de cada uma delas, um segredo se revela, uma maneira de contornar desafios, de aprendermos um pouco mais com as experiências de cada dia. Não se deve proceder com aquele senhor, e se deixar envelhecer sem experimentar novas oportunidades, não se deve morrer em vida.
A cada novo dia, devemos renascer com a esperança de mudança. Nada é definitivo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Mar da Vida



Uma vez fechei os olhos e imaginei
Que era livre , naveguei
Por ondas da vida, que insistiam em me afogar
Mesmo assim, segui a diante a lutar.

Sem muito pensar, pude enfim perceber
A vida é mesmo um mar, a tendência e nela se perder.
As vezes não é possivel submergir
As vezes não é necessário fugir
Nem sempre esse mar é turbulento
A vida tem nuances de calmaria, isso vai do momento

Abri os olhos e dei conta por fim,
A vida me fez náufraga dos sonhos, de mim.
E sentada nas areias do tempo, envelheci
Em meio á um imenso oceano, me perdi!

Saudades



Sinto falta de meus dias de infância. Das tardes em que minha costurava, e eu ali sentada por horas, brincava de dona de casa, tinha marido e filhos pra cuidar.
Sinto falta do abraço largo do meu pai, que com apenas um "Upa !" traduzia todo o seu amor e carinho dispensado á sua caçulinha.
Sinto falta dos meus poucos amigos, que dividiram momentos engraçados, momentos tristes, momentos em que as vezes, nos dá vontade de cavar buraco no chão e nos encolher lá dentro.
Sinto falta da inocência, que tornava tudo novidade, colorido e mágico, de deitar no chão, contemplando estrelas.
Sinto falta de sorrir mais e de chorar menos.
Sinto falta de dizer mais "eu te amo", e beijar meus amores.
Sinto falta de sonhar, de realizar meus muitos desejos.
Sinto falta de me aconchegar no colo de minha mãe, e de chorar por um tempo que não tenho mais.
Sinto falta de um amor companheiro, que se faça presente, e que necessite de mim, assim como necessite dele.
Sinto falta do cair da chuva em meu rosto num dia quente de verão.
Sinto falta de ver o sol se pôr, a noite chegar e com ela a esperança de um novo dia.
Sinto falta de amar como uma adolescente, de me entregar as paixões, ás ilusões próprias de quem não conhece a realidade dura da vida.
Sinto falta de crer, acreditar que tudo passa, e que sabemos fazer melhor e podemos.
Sinto falta de mim, de olhar e conseguir ver, o que realmente importa.
Sinto saudades de viver.....

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Como Vai Você...


Como vai você?
Vivendo na rotina de manhãs agitadas, dias conturbados atravessam nossas vidas e nem damos conta do que acontece á nossa volta.
Vez ou outra paramos, bestas, dizendo um simples “oi”, querendo dizer de fato – “ Não adianta que não tenho tempo para saber o que se passa com você”.
Passamos a maior parte de nossas vidas trabalhando, idealizando projetos, conquistando objetivos e planejando outros, atrelados assim, num círculo vicioso de desejos. Enquanto isso, o tempo passa e deixamos de lado coisas banais que a vida nos oferece, mas que de certo por serem tão banais, não nos seduz, como por exemplo, ao invés de um idílico “oi” um “ como vai você?”.
No fundo, saber do outro torna-se incômodo. E pensar que qualquer pessoa encontra o que certamente é nossa busca eterna é frustrante, não acha? Como humanos que somos , fingimos ser mais felizes, realizados, porque admitir estar numa situação inferior é se mostrar vulnerável perante outros.
Embora muitas vezes dissimulamos a nossa realidade, preocupamos como o que se pensa sobre nós.
Olhando para as pessoas presas nessse gingantesco universo individualista, percebo o quão frívola é a ideia de felicidade que se tem. Ao amadurecer com o levantar de vários tombos , hoje vejo além dos meus sonhos e desejos, o penar da vida diária de muitos anônimos que sequer se dão o direito de sonhar, dada a triste realidade que lhes assolam.
Não me basta apenas um “oi”, revelando a minha pressa rotineira. O “Como vai você” é uma maneira de me sentir inserida de forma a ser um agente social capaz de mudar a sociedade á qual pertenço e ser menos inerte dentro desse individualismo coletivo.
Então.... Como vamos ?

domingo, 7 de agosto de 2011

Amor Desejado

Amor Desejado

Quero um amor desinteressado
Que seja capaz de acolher , se necessário,
Que não me deixe desamparado

Quero um amor permissivo
Destemido, incoerente, amigo.
Que tire lágrimas do olhar
Que sem tê-lo não possa respirar

Quero um amor verdadeiro
Que se entregue a mim por inteiro
Que seja terno, que me deseje
Que sinta por mim, o que sinto por ele

Quero um amor que ainda não encontrei
Que talvez só exista em meus sonhos, não sei!

Quero poder me entregar inteira
Meus sonhos, anseios, a sua maneira.
Perder-me em seus braços,
Fatigar-me de seus beijos.

Quero um amor, uma canção
Ressoada pelas batidas de seu coração
No seu ritmo quero te amar,
Dessa sinfonia , jamais me libertar!

Quero um amor, para expressar
meu sentimento mais profundo
refletir em seus negros olhos
O dom em mim de te amar!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Filhos da Violência


Maria Joaquina (nome fictício), 12 anos, chega ao hospital, denunciando um estupro. Constata-se uma gravidez. A família recorre ao Estado alegando que devido a um ato de violência não tem a intenção de manter a gestação. O Estado determina que uma gravidez pode ser interrompida , em caso de estupro , em até 20 semanas caso o feto pese menos de 500 gramas. No caso em questão, a menina não pode recorrer ao aborto, e terá consequentemente, que levar a gestação até o final e encaminhar o filho para a adoção, já que não é do interesse da família criar um filho da violência. E agora? Mais uma criança gerando outra, mais uma criança num lar de adoção, mais uma família destroçada por atos de violência.
Casos como esses, tem se tornado rotina no contexto de nossa sociedade. A justiça não é capaz de reduzir abusos sexuais, e tantos outros que ocorrem diariamente.
Muitas vezes, abusos de ordem sexual acontecem envolvendo atos incestuosos, pais e filhos, primos, irmãos, e são ainda muito mais difíceis de serem denunciados, reprimidos, ou penalizados, devido a vergonha de se denunciar.
O que talvez nos chame atenção,são que as conseqüências desses abusos, ultrapassam os limites das lesões físicas, deixam marcas irreversíveis de natureza psicológica, cicatrizes profundas que serão levadas com certeza pela vítima, durante toda a sua vida. Reflexos que atingem a autoestima, relacionamento interpessoal, dentre outros.
As crianças geradas por atos como esses, também se tornam vítimas diretas, sendo destinadas a viverem rejeitadas em abrigos, e instituições.
Como resolver esse problema que assola nossa sociedade atual? Será intensificando os meios de punição a tais atos? Creio que uma efetiva intervenção da justiça, seja uma medida que ajudaria a contornar um pouco essa problemática, porém o que realmente considero eficaz, sejam medidas de ordem educacionais, programas de ajuda a pessoas que sofrem de distúrbios de ordem sexual, tratamentos gratuitos, controle maior por parte do Estado e medidas preventivas de reeducação. A propaganda gerada em torno da atividade sexual é muito grande. A mídia, seja televisiva, virtual, contribui para essa “sexo mania” que vivemos. Muitas vezes os próprios pais, sem intenção, sexualizam seus filhos cedo, as vezes na maneira que os vestem, ou incitam a movimentos corporais erotizados em danças apelativas, daí a necessidade de se educar para informar e prevenir atos de violência sexual.

Priscila Canêdo

terça-feira, 15 de março de 2011

Ás Margens de uma Sociedade Perfeita



Dia 25 de dezembro, é Natal outra vez. O ano já não interessa. Não vejo graça em comemorar essas festas. Na favela, as coisas nunca mudam. O morro continua chorando sangue, as famílias acuadas pelos donos da favela. A música que toca, não é noite feliz, e Deus está muito longe de nós agora.
Os sons dos tiros embalam nossa noite, nossa mesa está vazia, não há panetone, e muito menos peru. No quarto meu pai se droga, tentando fugir dessa rotina de misérias.
O Natal não existe, minha vida, é uma intensa rede de aventuras trágicas, onde tenho que matar para sobreviver, vender o pão de hoje, para comer o de amanhã. Enquanto todos comemoram fingindo estar em um mundo à parte, longe de todos os problemas que temos que enfrentar, apenas nós. Suas filhas e irmãs se arrumam em salões de beleza, e minha irmã vende seu corpo em troco de poucos trocados para conseguir comida, pois precisa se sustentar e ao seu filho. Os enfeites de natal em meu barraco, não passam de buracos feitos por balas perdidas. Meu filho, não ganhará presentes e muito menos eu. Nosso presente é sobreviver mais um dia deste ano.
Não iremos nos reunir, porque sempre há uma discussão quando estamos juntos. Passarei a noite entregando drogas e apagando aqueles que tem que ser eliminados. Vou levando a vida até a hora que ela resolver me levar.
Se eu pudesse acabar com isso tudo, o faria, mais não tenho coragem de tirar a única coisa que tenho, a vida. Hoje é um dia como todos os outros. Para mim, e todos os que moram aqui. Os presentes que queremos não se compram, não se vendem, são como itens que já vem dentro de cada um de nós, e que vocês também não os tem, se chama dignidade, se chama amor ao próximo, compaixão, solidariedade.
Fecharei meus olhos, mais não dormirei, porque minha consciência não permite. Ter que matar, roubar, ver minha família se vender por um prato de comida em cima da mesa, ou por um canto para se abrigar.
Não sei o que é o Natal, não vivi essa data no seu verdadeiro significado. Você já viveu o Natal? Já estendeu a mão para um desconhecido? Eu acho que não. Se não o que eu estaria fazendo aqui no fundo do poço?

terça-feira, 8 de março de 2011

Sensações


Te sinto por perto
Um olhar, um sorriso, um beijo
Traz de volta sensações de um intenso desejo
Um toque, um doce afago,
O roçar leve, suave de seus lábios
Um desejo desperto,intenso roubado
Do aroma que exala do seu hálito

Suas mãos entre os meus cabelos
Eu entregue, a mercê de seus anseios.

Coração dispara.
Seu olhar me congela, me para.
ouço uma música, um silêcio que cala

Em seus braços descubro
O que existe além dos muros
Amor, desejo, paixão
A música vem do seu coração.

Será um sonho?
Um delírio, um divagar?
Não creio!
Despertada agora me conforto em seu peito!

Em seu olhar eu vejo
O meu reflexo como num espelho
O seu sorriso me mostra
A verdadeira resposta

Nem sonho, nem imaginação
As batidas de seu coração
Revalam um amor que se fez
Eternizado para sempre, talvez!

quarta-feira, 2 de março de 2011

E se.....


E Se.....


E se um dia eu olhar para trás e perceber que vivi uma vida em vão?


E se um dia eu perceber que desperdicei muitos anos da minha vida com alguém que nunca me amou?


E se um dia eu acordar e descobrir que meus sonhos de hoje são possíveis pesadelos de amanhã?


E se um dia ao invés de ter um sorriso nos lábios, terei lágrimas nos olhos?


E se um dia você perceber que estive sempre ao seu alcance,ao seu lado, mas nunca em seus olhos?


E se um dia eu perceber que nada valeu a pena, porque tranquei meu coração no momento em que vc se foi?


E se o sol brilhar e com ele vir boas novas?


E se alguém me estender a mão e me trazer de volta a vida?


E se a chama do amor reascender em meu peito com o brilho do seu olhar?


E se Deus enviar um anjo e apor fim na minha finita escuridão?


E se eu morrer plenamente feliz por ter vivido, amado, sofrido, lutado, mas nunca desistido de ser feliz?


Assim eu quero me lembrar da minha vida, da minha jornada eterna em busca da felicidade.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amor de Chuva



Um vazio encheu minha alma
Um silêncio gritou
Um doce sentimento de dor ecoou

Lembrou você
Lembrou nós dois
Lembrou a chuva e o dia em que começou

E o sol queimou
Queimou você
E o nosso noturno amor se desfez

A lembrança agora eternecida
pela triste melancolia
Que assola uma vida vazia
põe um ponto final em nossa melodia

Agora a chuva reaviva
Dentro de mim a sua partida
As lágrimas me diz enfim
Que o amor que vivemos
Nunca terá um fim.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sangue na Lua


Um clarão invade a janela
Olho lá fora e busco por ela
Envolta por um manto vermelho

A lua reflete minha imagem como um espelho
A noite se desfaz em gotas de sangue
inundando a minha alma, dilacerante.

A dor da ausência agora maltrata
A solidão de uma vida, ingrata
A lua ainda reflete a imagem

com o passar do tempo se faz desfigurada
Duas vidas e só um destino
O sangue da lua percorre o caminho

Sozinho traço a minha trajetória
O sangue dela agora se faz presente
Nos dias vazios de minha memória

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Desejo


Por horas a fios
Entre desejos, pensamentos,martírios
Entrego-me a ilusão de poder tocar-te
Um leve, doce afago, um gracejo

Por entre sonhos vagueio
Na ânsia de satisfazer meu desejo
A espera da sua chegada
Inesperada excitação desordenada


Desperta em mim lasciva amante
entre gemidos e prazer lacerante
Entrego-me a ti a todo instante


Mergulho num universo de sensações
palavras, gestos, expressões
Desperto inebriada,de seus anseios,tentações!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Recordações


Recordações

Uma lágrima de saudade
percorre o meu rosto
Divaga sobre minha pele
Recorda nosso amor que
um dia se foi

Caminha em direção
ao meu peito buscando
meu coração e lá permanece
Adormecida na eterna lembrança
Recorda nosso amor que
um dia se foi


Olhando para o céu
busco os olhos seus
Encontro apenas nuvens
Trazendo a lembrança
Recorda nosso amor que
um dia se foi


Quando sonho contigo
Uma sensação de paz
preenche meu ser
acordo feliz
pensando em você
Lembrando de nós
Recorda uma vida que
um dia se foi


Hoje é apenas saudades

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Setença de Morte de uma Sociedade Caótica


Sentença de Morte de uma Sociedade Caótica

Na escória da sociedade
Correm por entre becos
Sem nenhuma dignidade
Crianças, jovens sem futuro
Sem destino, sem esperança
Não existe mais nada além do muro

A poeira em seus narizes é branca
O suor que escorre do trabalho vermelho
As lágrimas se disfarçam por meio da ilusão
A morte é certa, é a mistura
Do sangue e do pó, vermelho e branco
É assim dormimos, e assim amamos

Subindo o morro, se compra prazer
Descendo o morro, muitos estão a morrer
NA escola do crime, se aprende na prática
Onde matar ou morrer é a única didática


Um olhar que comove
Mais um dia se morre
O frio congela os sonhos
A fome traz consigo o abandono
a cola sela o estômago


A infância é perdida
nas esquinas da vida
O vício mantido
sustenta uma falsa moral
Nessa farsa egocêntrica
Encontra-se o ser humano ideal

A prisão é coletiva
A culpa é de todos
Na medida que ignoramos
A miséria, a desgraça dos outros.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Coisas de Família


A Descoberta

- Quem diria, minha irmã é uma piriguete!-diz Pedro sem nenhuma cerimônia.
-Cala boca, se não te meto a mão moleque!- o pai indignado berra.
-Ana, como isso foi acontecer? 15 anos grávida de dois meses. O que vai ser dessa criança?- o pai desabafa arriado sobre a poltrona da sala.
- Eu amo o Otávio, vamos nos casar daqui a três meses, vou começar a trabalhar e ele também. Vamos construir nossa casa ao lado dos pais dele, e tudo vai se acertar!
- Claro é tudo muito simples, né? Você não tem noção do que esta prestes a fazer da sua vida, minha filha! Vai ter que largar os estudos e se dedicar a esse filho, conciliar o trabalho doméstico com o emprego que terão que arrumar. Meu deus! Vocês são muito irresponsáveis, agora é tudo muito fácil, mais quando a criança nascer, terão que pular essa etapa que estão vivendo e cair de cabeça no mundo problemático dos adultos!- a mãe transtornada e com a certeza de que a vida que sonhara para sua filha nunca mais seria a mesma.

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O Noivado

-Faço questão de dar a festa!- O pai de Ana se antecipa a todos os presentes na casa. Os pais de Otávio se encaram em silêncio. A mãe de Ana, ainda estarrecida com o destino da filha se abstém de qualquer comentário.
- Mais Pai, já decidimos que vamos comemorar só nós dois mesmos, até por questão de economia. É uma besteira isso e imagine só os comentários da família toda! – disse Ana
-Devia ter pensando nos comentários da família antes de ir se deitando com qualquer zé mané por aí, né maninha?- exclama Pedro, sarcástico como sempre.
-Aí eu ainda mato esse moleque filho da pu...! –Ana aos berros corre pra cima de Pedro.
-Cuidado Ana, não esqueça que você está grávida minha querida!- diz Maria, mãe de Otávio.
- Já está resolvido, darei a festa sim, é uma questão de honra, você é minha única filha não deixarei passar nada em branco, e ponto final!- o pai em postura autoritária, saí da sala.
- Isso ainda vai longe...!- a mãe de Ana senta no sofá, com as mãos sobre a cabeça.

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O Casamento

-Mãe, não vou me casar com ele!- em prantos e toda descomposta, Ana atira longe o buquê de rosas vermelhas. O vestido branco com longo véu não é capaz de esconder a gravidez de cinco meses.
- Minha filha, qual o porquê disso agora?- a mãe sem entender muito que se passa pela cabeça da filha, tenta aconselhá-la à melhor decisão.
-É o Otávio, ele me traiu com a Susana, minha melhor amiga, e tudo por culpa dessa criança que me deixou gorda e cheia de estrias! Mãe ele é um desgraçado!
- Calma minha filha, essa linda menina que vai nascer não tem culpa de nada, se alguém tem culpa disso tudo são vocês mesmo, que não pensaram nas conseqüências de seus atos!
- Ótimo mãe, tudo o que eu preciso agora é um sermão da senhora!- e sem muito pensar saí correndo do quarto, sem se quer lembrar que vestia seu longo vestido, tropeça na cauda e caí bruscamente sobre a barriga já acentuada, pelos meses de gravidez.
Quando acorda, estranha o fato de todos os seus familiares estarem a sua volta.
- O que aconteceu?- pergunta Ana sem entender nada.
-Minha filha, sinto muito, mais com a violência da sua queda, você acabou perdendo o bebê!- o pai com lágrimas não conseguiu se conter.
-Cadê o Otávio? –Ana ainda olhando em volta para saber sobre o pai de sua filha.
-Não pergunte por esse desgraçado! – a mãe não aguenta e acaba soltando sem pensar.
-Veja lá como fala do meu filho Marta!- exclama José pai de Otávio.
- Mais é isso mesmo que ele é, primeiro engravida minha filha, depois a traiu e para piorar a situação ainda foge no dia do casamento com uma vagabunda qualquer que se dizia ser sua melhor amiga!
-Mãe agora isso pouco importa!- diz quase que num sussurro Ana.
-Como assim Ana, pouco importa, e você como fica agora, sem marido e ainda, sem o bebê que já era parte de nós. – diz o pai de Ana.
-Tenho que dizer uma coisa muito importante que omiti durante todo esse tempo. O filho que eu esperava não era de Otávio, e sim do Marcos, o melhor amigo de Otávio!- Ana começa a chorar descontroladamente.
- Ana como pôde nos esconder isso?- a mãe quase sem palavras não sabia como contornar aquela situação.
-Viu, eu estava certo o tempo todo! Ela é e sempre foi uma piriguete! – agora Pedro ria da situação em que a irmã colocou seus pais.
-Cala boca Pedro! – todos exclamaram a uma só voz.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Janelas Interiores


Ela se calou por uma eternidade.
A música que tocava a fazia pensar sobre as coisas que aconteceram e analisar suas atitudes.
Pensava que toda liberdade tinha um custo. As vezes cara outra mais barata. Mas sempre haveria algo a se pagar.
Estava pagando! Embora sentisse dor, em alguans momentos, raros, uma nova janela proporcionava a entrada de novos raios de sol. Então se renovava.
Quanto áquela outra, em que estivera presa por séculos, era só chuva. Chuva de suas lágrimas encarceradas.
Conquistar sua liberdade, custou a dor de muitos, principalmente daquele que amava.
Acustomou-se ao cárcere por muito tempo. Sentiu-se cativa do próprio amor.
Agora que se alforriou, segue sozinha, despedaçada. Precisa reconstuir-se.
Antes de tudo precisa esquecer. Deixar no passado o que mais lhe feriu. O descaso de seu afeto, o comodismo de dias iguais. O sol havia se estinguido, só o frio e escuridão, estavam
presentes.
Agora via no não, a possibilidade de reiventar-se. Disse com todas as letras a palavra! Essa por sua vez, ressoou no ouvido daquele que a amava.
Ainda assim foi capaz de chorar por ele, quando se virava de costas, e caminhava para o nunca mais.
Respirava mais aliviada com o passar do tempo, as feridas aos poucos cicatrizariam. Seguia adiante, acostumando-se com a liberdade. Um novo jardim se abria a sua frente, resplandecente com a presença de um novo sol iluminador!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Reencontro




Caminho em direção ao meu destino. Estou descalça e posso sentir a água gelada sob os pés. O barulho das ondas tranqüiliza a alma.

É noite, o céu está limpo e iluminado pela lua prateada, juntamente com várias estrelas. A brisa toca de forma leve minha pele e meus cabelos. Assento-me na beira da praia vendo ao longe as ondas se formarem e desfazer em espumas num leito de areia.

Fecho os olhos e vejo você, sorrindo como uma criança que descobre o êxtase da vida, por estar em minha companhia. Uma lágrima perdida molha minha face. Sua ausência causa em mim um imenso abismo, separando a plenitude da felicidade, da própria vida, que agora já não tem mais razão de ser. Nossa casa está fazia, cada lembrança sua me faz pensar nos momentos que compartilhamos.

Em minha mente, tinha a idéia de como seria o dia em que deixaríamos esta vida, partiríamos juntos, sempre de mãos dadas, prontos para enfrentar o que viesse em frente. Mais o destino pregou a pior de todos as peças, levou você antes que eu pudesse provar o quanto eu te amava. Estou sozinha agora e não posso continuar mais este caminho.

Por culpa daquele acidente, sua vida foi ceifada de uma forma bruta e injusta, e conseqüentemente a minha também. A cada dia que passa, ainda sinto vivo em mim seu perfume, toque, e até mesmo o aroma, latejante em mim.

Levanto e caminho em direção ao mar. É inútil continuar sem você aqui. A água fria se apodera do meu corpo, cada vez mais submerso. A sensação da vida se esvaindo aos poucos se torna intensa. O ar é cada vez mais rarefeito. Fecho os olhos e vejo você sorrindo como antes, me chamando de braços abertos vindo ao meu encontro.

Vejo uma luz forte, sinto seu toque, ouço uma voz que diz: “Estou aqui meu amor, não tenha medo, agora seremos um só”.

O mar se agita na noite. Ao longe um casal de mãos dadas desaparece em meio à imensidão do oceano.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Noturna




Anjo, cálida singela e abstrata
Pétala negra de rosa despedaçada
Murmuriosa lamenta sua vida passada
De eternas glórias mitificadas

Embriagada por noites solitárias
segue noturna, indecisa, privada
De sentimentos que nutrem uma farsa
Vida vazia, vadia, velada

Noite a dentro segue insone
Alma latente perene sem nome
Dilacera o que sobra ainda que a vida abandone

Na noite guarda seus segredos
Escondido entre nuvens, inúmeros desejos
Atormentada pela ideia de seus mais impuros conceitos.

Amor Onírico




Aos meus olhos tu és perfeição
Aos meus anseios tu és solução
Aos meus toques tu és doce paixão
Aos meus ouvidos leve sonora canção

Aos meus lábios tu és puro desejo
Cura da minha enfermidade por um beijo
Ao meu coração é devassa ilusão
De um dia poder sentir na realidade
O que sinto agora em sonhos,
é apenas uma tenra saudade
De um amor fantasiado
Não menos idealizado
Nem menos sentido
Apenas abstrato

Ainda assim quero vivenciar
experimentar num mundo a parte
a melhor sensação de poder amar-te

Um dia quem sabe
acordar dessa virtualidade
e entregar-me a ti
como um sonho que,
se torna realidade!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Detalhes


Levantou-se.

Era noite, banhou-se demoradamente, sentindo a água escorrendo pelo seu corpo,

o calor fazia sentir-se aninhada naquele ambiente vazio.

Vestiu-se.

Apenas um vestido acetinado vermelho moldava o seu corpo. Os cabelos soltos, molhados

negros e longos, pesavam sobre seus ombros e contrastavam com sua pele alva, quase com um aspecto gélido.

Á luz da lua cheia sombreava sua silhueta pela janela do quarto que se encontrava.

Calmamente e obstinada, dirigiu-se para a beira do terraço do prédio em que residia.

Observava o movimento das pessoas e dos carros ao longo de uma distãncia de mais ou menos uns 10 metros de altura.

Olhando de cima tudo parecia ínfimo diante de seus olhos. Formigas! Era apenas isso. As pessoas e os carros.

Mas o que realmente queria, era sentir a noite em sua plenitude.

Encontrava-se a um passo de dois mundos.

Olhou fixamente para a lua e se jogou do terraço em direção a liberdade.

A velocidade do seu corpo em queda livre fazia sentir-se excitada, a adrenalina percorrendo suas veias,

inundando seu corpo de uma sensação extasiante.

Estava viva,por alguns instantes parecia respirar.

O baque surdo de seus pés ao chão a fez lembrar de pequenos detalhes, como o fato de sair ilesa de tamanha e violenta queda.
Estava morta novamente, presa na sua beleza infinita e amaldiçoada. Imortal, eternamente solitária. a lua era a companheira
noturna de seu despertar.

O que mais desejava para si, era novamente, se tornar humana.e poder descansar enfim, em paz.

A Sombra


Eis que brada
Inóspita e voraz
Um lado Obscuro
Um sentimento fulgáz

A razão á esconde
A espreita da moral
E por entre desejos
Inconscientes, faz mal?

A sombra do homem
Oculta os segredos
Se faz desconhecida
Intrínseca e distinta

Aquele que ousa
Enfim permitir
Libertar sua sombra
Vai em busca de si
Num mergulho sem volta

O abismo profundo,
da alma humana
Esconde segredos
Traduz sua sombra
A luz abandona
E a escuridão toma conta

sábado, 29 de janeiro de 2011

A Rosa


As vezes pálida
As vezes rubra
As vezes cálida
As vezes Insana

As vezes cor
As vezes flor
Mas sempre rosa

O desejo que emana
Se desfaz com o vento
Porém a dor fica por dentro

Lateja, grita e inflama
A alma que busca a eterna chama
Se perde por entre espinhos
E na lama, renasce
De um beijo de quem se ama!