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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

LUAS DE SANGUE


A noite caía tênue sobre a cidade. Ela vestia um longo preto que destacava suas curvas sob o tecido. Estava mais linda do que nunca estivera. Seus cabelos negros contrastavam com sua pele alva, seus lábios de um vermelho intenso e seus olhos azuis como duas safiras.

Sua beleza era notada por todos que a viam. Porém todos não sabiam do veneno que possuía em sua alma. Era amaldiçoada nas noites de lua cheia. Naquela cidade, pessoas vinham desaparecendo constantemente, a polícia local pelo menos uma vez por semana encontravas restos e corpos dilacerados dentro e nos arredores da cidade. Já se falavam em um seriall killer, ou até mesmo, os mais supersticiosos em uma besta demoníaca.

O nome dela era Samara Waters, ela tinha aparentemente 25 anos e trabalhava em uma repartição pública. Faltava sempre nos dias após a primeira lua cheia, seus colegas de trabalho nunca compreenderam muito o porquê disso. Samara era uma mulher doce e simpática com todos, despertava nos homens desejos e nas mulheres a inveja. Henrie Glick, era apaixonado por ela, desde que entrou para a repartição.

Naquela noite fatídica, de sexta-feira, a lua escondia por entre nuvens esparsas.

Samara havia acabado de sair de uma festa promovida por Thomas Mears, rico publicitário de Palm’s Street, amigo íntimo de sua família, sempre promovia festas e eventos envolvendo a alta sociedade. Samara caminhava em direção a sua casa, a noite estava misteriosa, porém fresca, não tinha lua aparentemente. Percebeu que estava sendo seguida. Virou-se e deparou-se com uma figura ridícula de um homem de meia idade, altura considerável e cabelos grisalhos, tratava-se de Henrie Glick. Não estava normal, parecia estar alcoolizado. Nesse instante começou a persegui-la proferindo palavras incompreensíveis. Como estava de salto, Samara tropeçou em uma pedra, caiu e rasgou seu vestido. Glick se deliciou com a imagem dela ao chão com as pernas a mostra. Henrie não perdeu tempo prensou seu copo sobre o dela enquanto suas mãos á tocavam de modo asqueroso.Samara sentiu uma onda de nojo tomar conta de seu corpo. O pior ainda estava por vir, quando as nuvens se abriram e deu espaço a enorme lua cheia que despontava no céu azul escuro, iluminando a noite. Para azar de Henrie, Samara começou a se contorcer, seu corpo começou a ganhar uma camada grossa de pelugem negra e a se projetar. Ele se levantou assustado e ficou observando a transformação daquela maravilhosa mulher em algo que ele ainda não sabia muito bem descrever. Samara se transformara em uma espécie de lobo, seus caninos aumentaram de tamanhos e suas mãos se tornaram patas com imensas garras.Glick viu a raiva e o ódio tomar conta daquela criatura. A besta correu e pulou sobre ele, urrando de forma ensurdecedora. Henrie sentia sua pela ser dilacerada pelos dentes e garras daquela abominação. Por um instante, Palm’s Street foi silenciada por um último grito de horror naquela noite.

Samara chegara em casa sentindo o gosto da morte em seus lábios, sabia que aquela sensação nunca acabaria, porém não sentia remorso por Henrie, ele teve o que procurou. E quanto a ela, era condenada a viver eternamente só e como uma nômade sempre procurando novos lugares, aquela cidade se tornara perigosa para ela.

A noite surgia, porém não havia lua. Ao longe se via uma silhueta de uma mulher tão bela quanto o anoitecer, deixando Palm’s Street, e um rastro de sangue para trás. Não era sua culpa, e sim sua maldição.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A ÙltimaChuva


Ela olhava pela janela como se a qualquer momento ele pudesse apontar no portão com um largo sorriso nos lábios. Essa a imagem que sempre vinha a sua mente. Porém o que enxergava era uma rua vazia, uma chuva que por vezes se não fosse pelo vidro, se misturaria com as lágrimas que caíam de sua face.
O perfume ainda exalava de suas lembranças, o toque ainda se fazia sentir-se, sempre que fechava os olhos podia vê-lo.
Sem perceber o que trazia dentro de si, caminhou em direção ao quarto, despiu-se, vestiu a camisa preferida dele, ainda com o cheiro doce de seu amado, tomou um vidro de comprimidos, deitou-se com a certeza de que em breve estariam juntos.