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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amor de Chuva



Um vazio encheu minha alma
Um silêncio gritou
Um doce sentimento de dor ecoou

Lembrou você
Lembrou nós dois
Lembrou a chuva e o dia em que começou

E o sol queimou
Queimou você
E o nosso noturno amor se desfez

A lembrança agora eternecida
pela triste melancolia
Que assola uma vida vazia
põe um ponto final em nossa melodia

Agora a chuva reaviva
Dentro de mim a sua partida
As lágrimas me diz enfim
Que o amor que vivemos
Nunca terá um fim.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sangue na Lua


Um clarão invade a janela
Olho lá fora e busco por ela
Envolta por um manto vermelho

A lua reflete minha imagem como um espelho
A noite se desfaz em gotas de sangue
inundando a minha alma, dilacerante.

A dor da ausência agora maltrata
A solidão de uma vida, ingrata
A lua ainda reflete a imagem

com o passar do tempo se faz desfigurada
Duas vidas e só um destino
O sangue da lua percorre o caminho

Sozinho traço a minha trajetória
O sangue dela agora se faz presente
Nos dias vazios de minha memória

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Desejo


Por horas a fios
Entre desejos, pensamentos,martírios
Entrego-me a ilusão de poder tocar-te
Um leve, doce afago, um gracejo

Por entre sonhos vagueio
Na ânsia de satisfazer meu desejo
A espera da sua chegada
Inesperada excitação desordenada


Desperta em mim lasciva amante
entre gemidos e prazer lacerante
Entrego-me a ti a todo instante


Mergulho num universo de sensações
palavras, gestos, expressões
Desperto inebriada,de seus anseios,tentações!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Recordações


Recordações

Uma lágrima de saudade
percorre o meu rosto
Divaga sobre minha pele
Recorda nosso amor que
um dia se foi

Caminha em direção
ao meu peito buscando
meu coração e lá permanece
Adormecida na eterna lembrança
Recorda nosso amor que
um dia se foi


Olhando para o céu
busco os olhos seus
Encontro apenas nuvens
Trazendo a lembrança
Recorda nosso amor que
um dia se foi


Quando sonho contigo
Uma sensação de paz
preenche meu ser
acordo feliz
pensando em você
Lembrando de nós
Recorda uma vida que
um dia se foi


Hoje é apenas saudades

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Setença de Morte de uma Sociedade Caótica


Sentença de Morte de uma Sociedade Caótica

Na escória da sociedade
Correm por entre becos
Sem nenhuma dignidade
Crianças, jovens sem futuro
Sem destino, sem esperança
Não existe mais nada além do muro

A poeira em seus narizes é branca
O suor que escorre do trabalho vermelho
As lágrimas se disfarçam por meio da ilusão
A morte é certa, é a mistura
Do sangue e do pó, vermelho e branco
É assim dormimos, e assim amamos

Subindo o morro, se compra prazer
Descendo o morro, muitos estão a morrer
NA escola do crime, se aprende na prática
Onde matar ou morrer é a única didática


Um olhar que comove
Mais um dia se morre
O frio congela os sonhos
A fome traz consigo o abandono
a cola sela o estômago


A infância é perdida
nas esquinas da vida
O vício mantido
sustenta uma falsa moral
Nessa farsa egocêntrica
Encontra-se o ser humano ideal

A prisão é coletiva
A culpa é de todos
Na medida que ignoramos
A miséria, a desgraça dos outros.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Coisas de Família


A Descoberta

- Quem diria, minha irmã é uma piriguete!-diz Pedro sem nenhuma cerimônia.
-Cala boca, se não te meto a mão moleque!- o pai indignado berra.
-Ana, como isso foi acontecer? 15 anos grávida de dois meses. O que vai ser dessa criança?- o pai desabafa arriado sobre a poltrona da sala.
- Eu amo o Otávio, vamos nos casar daqui a três meses, vou começar a trabalhar e ele também. Vamos construir nossa casa ao lado dos pais dele, e tudo vai se acertar!
- Claro é tudo muito simples, né? Você não tem noção do que esta prestes a fazer da sua vida, minha filha! Vai ter que largar os estudos e se dedicar a esse filho, conciliar o trabalho doméstico com o emprego que terão que arrumar. Meu deus! Vocês são muito irresponsáveis, agora é tudo muito fácil, mais quando a criança nascer, terão que pular essa etapa que estão vivendo e cair de cabeça no mundo problemático dos adultos!- a mãe transtornada e com a certeza de que a vida que sonhara para sua filha nunca mais seria a mesma.

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O Noivado

-Faço questão de dar a festa!- O pai de Ana se antecipa a todos os presentes na casa. Os pais de Otávio se encaram em silêncio. A mãe de Ana, ainda estarrecida com o destino da filha se abstém de qualquer comentário.
- Mais Pai, já decidimos que vamos comemorar só nós dois mesmos, até por questão de economia. É uma besteira isso e imagine só os comentários da família toda! – disse Ana
-Devia ter pensando nos comentários da família antes de ir se deitando com qualquer zé mané por aí, né maninha?- exclama Pedro, sarcástico como sempre.
-Aí eu ainda mato esse moleque filho da pu...! –Ana aos berros corre pra cima de Pedro.
-Cuidado Ana, não esqueça que você está grávida minha querida!- diz Maria, mãe de Otávio.
- Já está resolvido, darei a festa sim, é uma questão de honra, você é minha única filha não deixarei passar nada em branco, e ponto final!- o pai em postura autoritária, saí da sala.
- Isso ainda vai longe...!- a mãe de Ana senta no sofá, com as mãos sobre a cabeça.

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O Casamento

-Mãe, não vou me casar com ele!- em prantos e toda descomposta, Ana atira longe o buquê de rosas vermelhas. O vestido branco com longo véu não é capaz de esconder a gravidez de cinco meses.
- Minha filha, qual o porquê disso agora?- a mãe sem entender muito que se passa pela cabeça da filha, tenta aconselhá-la à melhor decisão.
-É o Otávio, ele me traiu com a Susana, minha melhor amiga, e tudo por culpa dessa criança que me deixou gorda e cheia de estrias! Mãe ele é um desgraçado!
- Calma minha filha, essa linda menina que vai nascer não tem culpa de nada, se alguém tem culpa disso tudo são vocês mesmo, que não pensaram nas conseqüências de seus atos!
- Ótimo mãe, tudo o que eu preciso agora é um sermão da senhora!- e sem muito pensar saí correndo do quarto, sem se quer lembrar que vestia seu longo vestido, tropeça na cauda e caí bruscamente sobre a barriga já acentuada, pelos meses de gravidez.
Quando acorda, estranha o fato de todos os seus familiares estarem a sua volta.
- O que aconteceu?- pergunta Ana sem entender nada.
-Minha filha, sinto muito, mais com a violência da sua queda, você acabou perdendo o bebê!- o pai com lágrimas não conseguiu se conter.
-Cadê o Otávio? –Ana ainda olhando em volta para saber sobre o pai de sua filha.
-Não pergunte por esse desgraçado! – a mãe não aguenta e acaba soltando sem pensar.
-Veja lá como fala do meu filho Marta!- exclama José pai de Otávio.
- Mais é isso mesmo que ele é, primeiro engravida minha filha, depois a traiu e para piorar a situação ainda foge no dia do casamento com uma vagabunda qualquer que se dizia ser sua melhor amiga!
-Mãe agora isso pouco importa!- diz quase que num sussurro Ana.
-Como assim Ana, pouco importa, e você como fica agora, sem marido e ainda, sem o bebê que já era parte de nós. – diz o pai de Ana.
-Tenho que dizer uma coisa muito importante que omiti durante todo esse tempo. O filho que eu esperava não era de Otávio, e sim do Marcos, o melhor amigo de Otávio!- Ana começa a chorar descontroladamente.
- Ana como pôde nos esconder isso?- a mãe quase sem palavras não sabia como contornar aquela situação.
-Viu, eu estava certo o tempo todo! Ela é e sempre foi uma piriguete! – agora Pedro ria da situação em que a irmã colocou seus pais.
-Cala boca Pedro! – todos exclamaram a uma só voz.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Janelas Interiores


Ela se calou por uma eternidade.
A música que tocava a fazia pensar sobre as coisas que aconteceram e analisar suas atitudes.
Pensava que toda liberdade tinha um custo. As vezes cara outra mais barata. Mas sempre haveria algo a se pagar.
Estava pagando! Embora sentisse dor, em alguans momentos, raros, uma nova janela proporcionava a entrada de novos raios de sol. Então se renovava.
Quanto áquela outra, em que estivera presa por séculos, era só chuva. Chuva de suas lágrimas encarceradas.
Conquistar sua liberdade, custou a dor de muitos, principalmente daquele que amava.
Acustomou-se ao cárcere por muito tempo. Sentiu-se cativa do próprio amor.
Agora que se alforriou, segue sozinha, despedaçada. Precisa reconstuir-se.
Antes de tudo precisa esquecer. Deixar no passado o que mais lhe feriu. O descaso de seu afeto, o comodismo de dias iguais. O sol havia se estinguido, só o frio e escuridão, estavam
presentes.
Agora via no não, a possibilidade de reiventar-se. Disse com todas as letras a palavra! Essa por sua vez, ressoou no ouvido daquele que a amava.
Ainda assim foi capaz de chorar por ele, quando se virava de costas, e caminhava para o nunca mais.
Respirava mais aliviada com o passar do tempo, as feridas aos poucos cicatrizariam. Seguia adiante, acostumando-se com a liberdade. Um novo jardim se abria a sua frente, resplandecente com a presença de um novo sol iluminador!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Reencontro




Caminho em direção ao meu destino. Estou descalça e posso sentir a água gelada sob os pés. O barulho das ondas tranqüiliza a alma.

É noite, o céu está limpo e iluminado pela lua prateada, juntamente com várias estrelas. A brisa toca de forma leve minha pele e meus cabelos. Assento-me na beira da praia vendo ao longe as ondas se formarem e desfazer em espumas num leito de areia.

Fecho os olhos e vejo você, sorrindo como uma criança que descobre o êxtase da vida, por estar em minha companhia. Uma lágrima perdida molha minha face. Sua ausência causa em mim um imenso abismo, separando a plenitude da felicidade, da própria vida, que agora já não tem mais razão de ser. Nossa casa está fazia, cada lembrança sua me faz pensar nos momentos que compartilhamos.

Em minha mente, tinha a idéia de como seria o dia em que deixaríamos esta vida, partiríamos juntos, sempre de mãos dadas, prontos para enfrentar o que viesse em frente. Mais o destino pregou a pior de todos as peças, levou você antes que eu pudesse provar o quanto eu te amava. Estou sozinha agora e não posso continuar mais este caminho.

Por culpa daquele acidente, sua vida foi ceifada de uma forma bruta e injusta, e conseqüentemente a minha também. A cada dia que passa, ainda sinto vivo em mim seu perfume, toque, e até mesmo o aroma, latejante em mim.

Levanto e caminho em direção ao mar. É inútil continuar sem você aqui. A água fria se apodera do meu corpo, cada vez mais submerso. A sensação da vida se esvaindo aos poucos se torna intensa. O ar é cada vez mais rarefeito. Fecho os olhos e vejo você sorrindo como antes, me chamando de braços abertos vindo ao meu encontro.

Vejo uma luz forte, sinto seu toque, ouço uma voz que diz: “Estou aqui meu amor, não tenha medo, agora seremos um só”.

O mar se agita na noite. Ao longe um casal de mãos dadas desaparece em meio à imensidão do oceano.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Noturna




Anjo, cálida singela e abstrata
Pétala negra de rosa despedaçada
Murmuriosa lamenta sua vida passada
De eternas glórias mitificadas

Embriagada por noites solitárias
segue noturna, indecisa, privada
De sentimentos que nutrem uma farsa
Vida vazia, vadia, velada

Noite a dentro segue insone
Alma latente perene sem nome
Dilacera o que sobra ainda que a vida abandone

Na noite guarda seus segredos
Escondido entre nuvens, inúmeros desejos
Atormentada pela ideia de seus mais impuros conceitos.

Amor Onírico




Aos meus olhos tu és perfeição
Aos meus anseios tu és solução
Aos meus toques tu és doce paixão
Aos meus ouvidos leve sonora canção

Aos meus lábios tu és puro desejo
Cura da minha enfermidade por um beijo
Ao meu coração é devassa ilusão
De um dia poder sentir na realidade
O que sinto agora em sonhos,
é apenas uma tenra saudade
De um amor fantasiado
Não menos idealizado
Nem menos sentido
Apenas abstrato

Ainda assim quero vivenciar
experimentar num mundo a parte
a melhor sensação de poder amar-te

Um dia quem sabe
acordar dessa virtualidade
e entregar-me a ti
como um sonho que,
se torna realidade!